dezembro 29, 2011

sopros de força



romperam buracos de vento
meu ar
meu sopro
rotos de correntes de ar
respiram-me
sopros de força
correntes de vento
romperam-me
tão fácil
tão frágil
tanto frio
rotos em correntes de um ar soprado...

(Teresa Maria Queiróz)

dezembro 22, 2011

tenho na bagagem...



... restos daquilo que fui. guardo recortes espaçados do tempo por onde andei. trago apenas o essencial para que me seja leve a jornada. trago apenas aquilo que não quero esquecer. sim que a memória, essa, já está gasta. trago o corpo cansado de lutar. trago os olhos doridos de chorar.
tenho na bagagem recordações de sonhos desfeitos, vidas que atravessei crendo que tinha força e esperança suficientes para continuar a caminhada. e... aqui cheguei, de bagagem vazia na mão e no coração espaço ainda bastante para encher-me de segredos e sensações, sem ter perdido a capacidade de me emocionar.

dezembro 13, 2011

não sei que título dar...



"... mas provavelmente não terá título. porque nem todas as fotografias têm que ter título. porque nem todos os pensamentos têm que ter título. porque nem todas as emoções têm que ter título. basta serem. mas por aqui vejo a luz que me acompanha. a luz que escreve no céu, como passos de dança. pousaste-me um beijo no dia. pode ser este o título."

dezembro 11, 2011

voltarei



"Quando eu morrer voltarei para buscar
Os instantes que não vivi junto do mar".

(Sophia de Mello Breyner Andresen)

dezembro 10, 2011

(de) alma cheia



"(...) Alma cheia. Corpo cheio. Da vontade de quebrar o silêncio com uma pequena palavra. A palavra que liga o dia com a noite. E a noite com o acordar ao som de um olhar pelo ombro despido de pano. A mesma palavra que embala o sonho da noite e a que se deixa fazer canção durante o dia. A palavra que onde estiveres, ela está e que onde tu fores ela vai. Porque são contornos de ti, Lua, a palavra não é feita de letras é feita de um instante infinito. O instante de lábios que se tocam. Um beijo de boa noite Lua Cheia."

dezembro 06, 2011

por inventar



"Na
tranquilidade dum amor por inventar
águas quietas
um
barco a navegar
na inocência
dos dias
em que as lágrimas eram doces”

Anamar (pseudónimo)